domingo, 26 de fevereiro de 2012

Quando o tempo passa a existir

Sinto que algo se afasta de meus pensamentos,
Meus sonhos já não mais se lembram,
Meu corpo não sente mais o toque,
Meus lábios não vertem mais o mel.

O tempo se encarrega de nos fazer desistir,
de sonhos impossíveis, de toques improváveis,
de gostos imaginários.

Algo nos faz levantar todos os dias,
o sol, o abrir os olhos, o levantar da cama.
As obrigações traçadas para o dia, que passa lentamente.

E cada vez mais longe está de meus pensamentos,
dos meus olhos, das minhas vontades.
Sim o tempo resolve tudo, nos enlouquece,
nos endurece, nos fortalece e muitas vezes nos esquece.

Como tentar nos agarrar ao que queremos,
 se somos náufragos sem nada para nos sustentar.
Como desejar um doce que não mais está a nossa frente.
Como amar o que já não nos sente.

Sim o tempo nos compreende e nos leva a esquecer,
nos leva a caminhar sempre em frente, nunca desistir, de respirar,
de acordar, de viver. Mesmo que para isto seja uma obrigação diária.
Um tormento que insiste em nos rondar.

Sim o tempo pode nos fazer caminhar,
mas não consegue apagar nossas lembranças,
elas são nossas cicatrizes de combates vividos.
De dias em que fomos felizes e o tempo
não existia para nós.




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