sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Depressão - a Alma doente

                                                                                            imagem Sam Luce



Assim somos, pequenos anjos caídos, esquecidos de Deus e de nossa imortalidade, sem saber qual caminho seguir neste mundo perdido no universo. Buscando o caminho somos tragados pelas vicissitudes da vida, embalados nas correntezas egoísticas do nosso ser carnal, nas mudanças de estação da alma. Nunca imaginei como seria duro a vivência nesta vida, temos que ser nós e pensar nos outros, temos que sorrir com a alma sem amor, temos que viver juntos nos sentindo isolados.
Sim, tenho depressão, TAG, pânico, ideias suicidas. Acordo todos os dias sem conseguir entender por que ainda estou aqui, tantos anseiam vir e eu querendo partir, voltar para algo que realmente faça sentido pra mim.

Nestes dias resolvi que teria pelo menos um alento, viver um dia após o outro tentando buscar a serenidade de quem não espera mais nada de si nem do outro, desisti de querer a vida que sonhei, desisti de buscar no outro qualquer entendimento. por ironia estou fazendo o curso de Psicologia, talvez mais para me entender do que ajudar as pessoas, buscar mais uma vez no entendimento da ciência o  por que de não me encaixar nessa vida. Alguns vão dizer que sou louca, desequilibrada, quero chamar a atenção, a esses eu os abençoo para que nunca sintam a dor da Alma. 

Sim a Alma dói, seca, deixa de sentir a principal emoção para a sua existência - AMOR - sem ele passamos apenas a reagir  ao meio que estamos vivendo, sabemos o que significa, de sua importância por isso sofremos sem ele. Nosso cérebro é programado, nascemos com todas as funções, hormônios, neurônios, bem, o pacote completo e o principal!!! a Alma envolvida no amor, como perdemos esse amor para as doenças que as atacam, ainda um grande mistério da vida, nos sentimos como se fossemos desconectados da humanidade, ou a saudade de algo que não lembramos que parece ser melhor que aqui. Tenho sim a doença da Alma, não é um orgulho é uma tristeza, mas tenho que admitir pois só assim consigo esticar a corda da vida com remédios, leituras. reconhecendo para mim, não para outro que o que eu tenho é uma doença, pois, se não pensar assim a morte vem mais cedo, nos vemos como monstros, seres sem asas, privados dos sentidos básicos de sobrevivência, nos machucamos mais, choramos mais, cansamos mais. Percebemos que as pessoas que nos cercam não enxergam nossa dor, percebem em outros, se compadecem, exclamam como é difícil passar por isso tudo, e ali do lado outro ser se consome. Fico pensando na pessoa que se suicida, muitos dizem ser fraqueza, covardia.... mas quem tem a doença sabe o quanto a morte traz uma sensação de liberdade, da dor passar, do sono voltar. Conheço pessoas que se cortam, perguntei a uma delas o por que, ela simplesmente respondeu,'' para me sentir viva'', não viva do corpo, mas viva da alma, são pedidos de socorro, não para pessoas, mas para o alto, no alento de desistir de tudo e buscar o amor, não de outros, mas o seu próprio, aquele que nascemos encharcados, aquele quando muito, muito bebê sentimos do mundo quando abrimos os olhos.
É uma luta diária, sofrida, não queremos desistir, queremos ser iguais, amar, viver, sorrir de verdade, pois, sorrimos pela necessidade de que não percebam em nós o não amor, sabemos o que é o amor, tanto que sabemos que o perdemos em algum momento da vida e nessa luta incessante percebemos:

'' Essa guerra eu perdi, mas só eu decido a hora de entregar meu corpo'' Eu.