Meus filhos já são adultos e já têm as suas vidas, trabalham, casados,cada um no seu canto. Não se dão bem, dentro desta passagem deles pela vida humana e em outras, algumas coisas acontecerão que são um total segredo para mim, criei-os da mesma forma, mas sempre amando-os cada um de uma forma, pois são pessoas diferente. Passei e passo pelo eterno dilema - a senhora ama mais fulano que eu e o outro diz a mesma coisa - não sabem eles (vão saber quando tiverem filhos) que o amor e a intensidade é a mesma, só muda a forma de demonstrar pois cada um tem seu jeito.
Mas isso é apenas para dizer que apesar deles estarem adultos, ainda temos que saber dizer não no momento que se precisa, esse NÃO sempre foi doído para se dar, mas sabemos sua necessidade, mas nessa fase é pior, por que ele vem com o afastamento, sim, quando pequenos era um não e tinham que aceitar pois viviam comigo, agora o NÃO vem seguido do afastamento, a mágoa, as palavras que chocam, as tristezas da nossa incapacidade de falar.
Sou mãe divorciada, desde que eles eram muito pequenos, e sempre tive que lidar com eles sozinha, não me arrependo da solidão da época, me fazia forte, essa solidão de agora é que entristece, sei que vai passar quando eles amadurecerem mais, comigo foi assim com minha mãe e agora entendo a música de Belchior "...minha dor é perceber, que apesar de termos feito tudo,tudo o que fizemos, ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais..." sim, a frase que ouvimos de nossos pais sempre se realizam "um dia você vai ser mãe e saberá".
Sou uma mãe que ama demais seus filhos, mas tenho que deixar que eles sejam responsáveis por seus atos, decidam que forma querem viver a vida, o que eles plantarem não posso colher, se for ruim, não posso sentir a dor por eles se algo der errado, não posso mais evitar que se machuquem quando falo para não fazer dessa ou daquela forma. A única coisa que posso fazer é estar presente quando me quiserem e saber que da mesma forma que Deus me dá todos os dias a oportunidade de crescer também dá a eles.
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