Parece que nos meus caminhos eu sempre procuro a solidão. Andar sozinha passou a ser uma constante, não por opção, mas por necessidade de não se machucar ou machucar alguém. Faço parte de um seleto grupo onde sofrer, ou melhor, sentir o sofrimento virou mania. Não consigo mais ver o dia ensolarado, ver um riso em meu rosto, ver a vida colorida.
Neste grupo cada um viaja só, em busca de incertezas, lágrimas, mais sofrimentos. Não ficamos apenas parados esperando, não, vamos em busca, torcemos para que chegue em nós as lágrimas do sofrimento. Buscamos a necessidade de desconfiar de tudo e de todos, para os leigos somos os pobres de espírito, um bando de babacas que não acordam pela manhã e abrem os braços ao sol e grita - bom dia sol, que meu dia seja maravilhoso - para estes somos fracos, criaturas sem Deus no coração, pobres de espirito. Para os Doutores da medicina, somos doentes da mente, criaturas para se observar e medicar, algo falta em nosso organismo que precisamos repor.
Mas continuo seguindo sozinha, sem saber o que sou e para onde vou acabar seguindo.
